Cedinho, voltei a acordar os meus papás, que agora não têm que se preocupar com despertadores. Fomos ao Hospital para o Sr. Doutor ver os meus exames mas ele não estava a dar consultas. Só no dia seguinte…
Assim sendo, os meus papás decidiram então ir à Serra da Estrela, já que nesse dia não tinham nada marcado. E lá fomos nós, numa longa viagem que me deixou o “ cu quadrado”! Fora isso, vi muita coisa diferente da janela do carro, e sentado na minha cadeirinha prisioneira.
Em Seia, parámos para almoçar. Os meus papás sentaram-me à mesa com eles e deram-me uma côdea de pão para “roer”. Ainda não tenho dentes à vista, mas as minhas gengivas são fortes e cá vão moendo umas coisas.
Entretive-me com aquele pãozinho da serra enquanto os meus pais comiam uma “chanfana à serra” e uma “feijoada à moda da casa”. Pela cara deles, aquilo devia estar bonzinho. Mas não me deram nem um pouco a provar. Ah, pais gulosos!
Quando íamos a sair do restaurante, mais uma cena que me deixa um pouco baralhado. A cozinheira, querendo meter conversa comigo, diz para o meu pai: “Ah, tem mesmo cara de MENINA!” Ao que o meu pai respondeu logo: “É um menino!”
O meu pai parece que está farto destas confusões. Então os meninos já não podem ser bonitinhos? Ora esta! A minha mãe até acha piada e diz para o meu pai que quando me crescer a barba já ninguém faz confusão!
Bem, depois do almoço, subimos, subimos, subimos… não fosse aquilo uma serra! Ainda vimos da janela alguma neve espalhada no canto da estrada, mas nem saímos à rua. Livra, estava muuuuuuuito frio!
À tardinha, voltámos para a pensão, em mais uma longa viagem. No final do dia já estava cansado: não de trabalhar, mas de ficar o tempo quase todo sentado!