Hoje, pelas 9h30, tive a minha primeira consulta de terapia da fala depois de me aparecerem estes burburinhos a tilintar dentro da minha cabeça. Sinto uma coisa diferente quando me colam aquele volante à cabeça. Mas, na verdade, o que mais me chateia é um peso que me põem à volta da orelha. Não estou acostumado com aquilo… mas vou acostumar-me porque até já vou gostando daquela sensação… Uma sensação sonora, suponho eu!
Bem, e como já estava à espera, foi a terapeuta Daniela, muito simpática, quem me veio pegar ao colo. Mas não estava só: tinha com ela uma outra “menina” que também se chamava Daniela, e que era muito querida… mas tão traidora quanto a primeira!!! Então não é que tanto uma como a outra deixaram a minha mãe ir-se embora e não foram chamá-la quando eu pedi? Nem um vale de lágrimas comoveu aqueles dois corações insensíveis! :(
Ai, ai… pregam-me cada partida que só visto!
O que me valeu é que lá começaram a distrair-me com umas brincadeiras e eu não tive outro remédio senão distrair-me um pouco. Mas não gostei nada daquilo… Ora ficar assim, de repente, sem a minha mãe, e sem saber se ela voltava ou não, é um pouco desesperante!
Mas, por volta das 11h, a terapeuta Daniela chamou a minha mãe e então eu pude respirar de alívio: ufa, afinal a minha mãe sempre voltava! Ela levou-me até à sala de espera, deu-me uma compota e uma bolacha (daquelas que eu tanto adoro roer), e depois andei pela sala de um lado para o outro, a conhecer aquilo…
Pelas 11h30, a minha mãe levou-me de volta à sala das Danielas e lá deixou-me. Barafustei um pouco mas, como sabia que ela voltava mais tarde, não me importei e fiquei a brincar com aquelas “meninas” simpáticas, que têm uma sala cheia de brinquedos igualmente fantásticos.
Quando já estava a gostar daquilo, chegou a minha mãe para me vir buscar, pelas 12h30. Bem, mas ainda bem que ela veio, pois já estava cheiiiiinho de sono. Isto de brincar cansa uma criança, ainda mais agora que tenho aqueles burburinhos tilintantes na minha cabeça!
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Hoje voltei à Terapia. Como sabia que a minha mãe voltava para me dar um lanchinho e trocar a fralda, já não chorei quando ela me deixou lá com as minhas duas terapeutas, naquela sala mágica.
A certa altura, no meio das nossas brincadeiras, aqueles burburinhos fizeram um turbilhão dentro da minha cabeça. Não percebi bem aquilo… Só reparei que tinham carregado num botão do comando do meu processador e que, depois, ficaram a olhar para mim, à espera de ver a minha reação. Franzi o sobrolho mas não sei se as Danielas perceberam a minha confusão…
Enfim, este volante na minha cabeça é cá um brinquedo muito misterioso que vocês nem imaginam!
É misterioso mas também muito cansativo, pois logo que a minha mãe me leva para casa, adormeço no carro e lá fico a dormir pelo menos uma hora seguida. Ela fica à espera que eu acorde e então leva-me para almoçar. Hum, que almoços tão bonzinhos que eu tenho comido! Lá na pensão continuam a chamar-me de “guloso”, pois ficam espantados que eu coma toda a espécie de sopa, pão, segundo prato e fruta! Ah pois claro, comidinha é coisa que eu nunca recuso!