7 e meia da matina, dei o alarme na Casa Sagrada Família! Eram horas de se levantar.
Lá nos levantámos todos, descemos para tomar o pequeno almoço e eu comecei logo a fazer amizade com senhoras simpáticas. “É menino ou menina?” – perguntavam todos. “É menino. É o Lucas.” – respondiam os meus papás. “É tão lindo!” – diziam. E eu ficava todo babado, e não era o único!
Quando os meus pais tomaram o pequeno almoço, lá fomos para o Hospital dos Covões, seguindo as instruções do GPS no telemóvel do meu papá. Tínhamos consulta marcada para as 10h. Quando lá chegámos, um pouco antes, não perdi tempo, e mais uma vez comecei a sorrir para quase todos que me apareciam à frente. Eles sorriem para mim e eu retribuo, pois acho que fica bem da minha parte. Não há nada como ser simpático!
Chegados à consulta, fomos atendidos pelo Dr. Luís Silva, que fez questão de confirmar aquilo que eu pretendia. Disse-me que eu era um simpático, um “bochechas” e um “giraço”, ainda por cima! Ah, fiquei nas nuvens com aqueles elogios todos!
Os meus pais entregaram-lhe os exames e ele lá ficou a conhecer o meu “caso” – de surdez, pois claro. Apesar de desconfiar deste diagnóstico, não me deixou ir embora sem me marcar mais uns exames. Só não saberíamos quando os faria… Uma senhora falou numa lista de espera até Fevereiro e os meus pais ficaram um pouco tristes por terem viajado a Coimbra para uma única consulta. Enfim, mas lá se conformaram e voltámos todos para a pensão. Trouxemos connosco umas próteses auditivas que o senhor doutor nos deu, para que eu usasse entretanto.
À tardinha, a minha mãe recebeu um telefonema do Hospital a informar que os exames estavam marcados para o dia seguinte às 17h30. Os meus papás ficaram logo mais contentes!