Lá mandaram o meu bichinho de estimação para o Laboratório da Widex em Coimbra, por correio! Como era altura de Natal, ainda demorei mais de uma semana a receber um de
empréstimo. Quando chegou, quiseram pôr-me aquilo mas eu não quis. De maneira nenhuma! Os meus pais ficaram aflitíssimos depois de várias tentativas... mas eu só ficava aflito era quando eles queriam pôr-me aquele barulho na cabeça! Por aconselhamento das terapeutas da fala, decidiram esperar pelo meu próprio aparelho para garantir que estava na programação certa para mim. (E assim se passou mais uma semana…) Quando ele chegou, também não quis (apesar de terem baixado o volume e a sensibilidade da “coisa”). Não quis, e não quis. Os meus pais tentaram pôr várias vezes mas eu tirava logo, ou assim que deixavam de me segurar na mão. A terapeuta disse que eu teria que voltar a adaptar-me, que os meus pais fossem tentando a ver se eu ia tolerando por mais tempo. No dia seguinte, a minha mãe levou-me à creche, de manhãzinha, e deixou o aparelho com a minha educadora para que também ela tentasse. E foi-se embora, com pouca esperança e receosa de ter que voltar a Coimbra comigo para um tempo de readaptação. Assim que ela saíu da creche, a minha querida educadora pôs-me o aparelho na cabeça e na orelha, e eu deixei. E assim fiquei a manhã toda. Na verdade, já tinha saudades de ouvir os meus coleguinhas… (Fui uma pestinha manhosa, não fui? Desculpa mamã, desculpa papá, foi só a brincar!)
A minha mãe nem queria acreditar quando me foi buscar à creche e me viu com o aparelho. Quase que chorava, eu bem vi!
Ah, e tendo em conta que não me esqueci nada do que já tinha aprendido antes, deixo aqui as minhas anteriores novas aquisições: "tété" (espera), aia, aia (anda, anda), dôdô (dói-dói), um, dô (dois), mais...