Acordei cedinho, com luvas nas mãos, claro, e com os olhos tapados! Querem ver que já me tramaram outra vez?
Mas não, subi a ligadura para cima e lá vi alguma coisa. Mas a peste estava sempre a descer, sempre a escorregar pela minha cabeça abaixo, tapando-me a vista. Eu empurrava para cima, ela descia ainda mais... até que caiu toda de uma vez - ficou dependurada no meu pescoço!
Os meus pais assistiram ao filme, mas desta vez perceberam que eu até estava a tentar pô-la no sítio, mas ela é que caía sempre para baixo. Isso não evitou de ficarem aflitos... e ligarem lá para o Hospital (dos Covões), onde uma sra. enfermeira lhes disse que não havia problema, que se quiséssemos poderíamos colocar uma compressa, ou um gorro, simplesmente, ou que garantíssemos apenas que ele não lá punha aos mãos.
Ufa, suspiraram de alívio e decidiram que, tendo em conta que nenhuma compressa iria ficar na minha cabeça por mais de 5 minutos, o melhor mesmo era deixar assim ao ar livre, pondo apenas a capucho do casaco a cobrir e, claro, a tala no meu braço direito!!! Assim fizeram, e eu livrei-me de uma vez por todas daquele estorvo na minha rica cabecinha.
Depois do almoço, o meu querido papá foi-se embora... para a Madeira! Já tenho saudades...