Depois de mais uma viagem de avião no dia anterior, voltámos a Coimbra, desta feita para a minha operação.
Dei entrada no novíssimo Hospital Pediátrico de Coimbra às 9h30 da madrugada. Sim, madrugada, que ainda eram horas de estar na minha cama! Passei de um lado para outro, mas a maior parte da manhã foi passada na sala de espera. Até tive tempo de dormir uma soneca!
Passei na sra. Enfermeira e na sra. Doutora Raquel. Perguntaram coisas mas não percebi nada. Mas até aqui tudo bem. Não sei bem que horas eram, mas decidiram picar-me o braço com uma agulha para me tirarem, nem sabem o quê! Sangue, sangue!!!!
Nem vos conto nem vos digo, mas nunca imaginei que aquela gente simpática de bata branca me havia de fazer tal maldade. Picaram no meu braço esquerdo. Eu tentei escapar, mas tantos braços seguraram-me com força. Dei luta, mas não consegui evitar a picadela. Depois, como não conseguiram tirar nada de jeito do meu braço, pois a minha veia obedeceu-me e também deu luta, picaram no direito e lá me tiraram um pouquinho do meu líquido precioso. Isto tudo para fazer “análises”. Analisar o meu sangue??? Então já não sabem que é do bom?!
Enfim… passado isto, e não muito tempo depois, acho eu, quiseram picar-me de novo, desta vez nas minha pobres mãos! Apalparam e disseram que tinha uma mão gordinha, e que não viam nenhuma veia para poderem colocar o cateter. - Ufa, a minha gordura (que é formusura, diga-se) ia salvar-me desta vez! - pensei eu. Qual quê! Não dava na mão, foram-me ao pé, malditos! Voltei a dar luta e a chorar bastante a ver se alguém me acudia, mas nada! A minha mãe, que não quis deixar-me a chorar sozinho, acompanhou-me! Rica mãe, em vez de me salvar, ainda se pôs foi a deitar lágrimas para fora!
Passado o Cabo das Tormentas, lá me deram descanso e apresentaram o meu “novo” quarto, todo janota! E assim foi este meu primeiro dia de internamento.